domingo, 30 de agosto de 2009

Ouviram do Ipiranga?

Entenda a letra e aprenda a história do Hino Nacional.


A melodia do hino que cantamos hoje é de autoria de Francisco Manuel da Silva e a letra é de Joaquim Osório Duque Estrada. Mas, para ele ser o Hino Nacional, muita coisa aconteceu.
Até a independência, o hino português era considerado o hino brasileiro. O Hino da Independência, aquele que começa com "Já podeis da pátria, filhos", foi composto por D. Pedro I e Evaristo da Veiga nos anos de 1821 e 1822.
Quando D. Pedro I anunciou sua volta para Portugal, em 1831, Francisco Manuel da Silva apresentou a melodia do hino que conhecemos hoje, com uma letra diferente. Outras letras foram criadas e, depois da proclamação da República, houve até um concurso para escolher um novo hino. Mas todo mundo já gostava da música antiga de Francisco Manuel, que permaneceu.
Finalmente, em 1909, aparece a letra de Joaquim Osório Duque Estrada.

Agora vamos lá:

I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,

(Plácidas: serenas, sossegadas, mansas, tranqüilas // Brado: grito, clamor // Retumbante: estrondoso, que faz eco. Explicação: Primeiro vamos colocar os versos na ordem direta: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”. Assim fica mais fácil. Esses versos falam sobre a Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Como o grito de Dom Pedro I foi dado perto do rio Ipiranga, na cidade de São Paulo, o autor diz que as margens do sossegado riacho teriam ouvido o grito de independência, um desejo dos brasileiros que haviam lutado heroicamente por aquele momento).

E o sol da liberdade em raios fúlgidos
Brilhou no céu da pátria nesse instante

(Fúlgidos: cintilantes, que têm brilho. Explicação: Ao ouvir o grito de independência, que tornou o país livre de Portugal, o sol da liberdade brilhou no céu do Brasil)

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte
Em teu seio, ó liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte

(Penhor: garantia, segurança, prova // Seio: coração, ventre. Explicação: Na ordem direta: “O nosso peito desafia a própria morte, em teu seio, ó liberdade, se conseguimos conquistar o penhor dessa igualdade com braço forte”. Um povo unido é capaz de se organizar e lutar para garantir sua liberdade. É capaz de enfrentar até mesmo a morte. A expressão “braço forte” fala da força do povo na conquista desse ideal)

Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

(Idolatrada: adorada, venerada. Explicação: É uma declaração de amor ao Brasil)

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece.

(Vívido: ardente, vivo, luminoso, brilhante // Límpido: puro, luminoso // Resplandece: brilha // Cruzeiro: Cruzeiro do Sul, constelação formada por 54 estrelas, das quais só são vísiveis a olho nu as dispostas em forma de cruz. Explicação: Na ordem direta, ficaria assim: “Um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança desce à terra, Brasil, se a imagem do Cruzeiro resplandece em teu céu formoso, risonho e límpido”. A constelação do Cruzeiro do Sul, no céu formoso e luminoso do Brasil, faz aparecer sobre o nosso país a imagem de uma cruz. Por isso, o povo brasileiro contempla o brilho dessas estrelas e vê nelas a luz do amor e da esperança)

Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa grandeza

(Impávido: corajoso, destemido, que não tem medo // Colosso: alguém ou alguma coisa de dimensões imensas // Espelha: reflete. Explicação: O Brasil é comparado a um gigante por causa de suas dimensões territoriais e de sua beleza natural. A grandeza e a imensidão da nação vão ser refletidas no futuro)

Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!

(Explicação: Entre tantas outras nações, nossa Pátria é amada e adorada. O autor deu uma exagerada. Não existem mil nações no mundo)

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

(Explicação: O Brasil é uma terra boa, que não nega nada a seus filhos. Por isso é tão amado)

II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

(Esplêndido: cheio de luz, magnífico // Fulguras: brilhas // Florão: enfeite no formato de uma flor // Novo Mundo: a América. Explicação: O trecho, na ordem direta, fica: “Ó Brasil, que é florão da América, fulguras iluminado ao sol do Novo Mundo, deitado eternamente em berço esplêndido ao som do mar e à luz do céu profundo”. Situado numa região de muita beleza, o Brasil possui uma costa muito grande, um céu de bastante luminosidade e é um dos principais países da América, o Novo Mundo, destacando-se como um enfeite em forma de flor)

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida”, no teu seio, “mais amores”

(Garrida: enfeitada, vistosa, alegre. Explicação: “Teus campos risonhos e lindos têm mais flores do que a terra mais garrida”. Os campos brasileiros são alegres e bonitos, têm mais flores do que a mais enfeitada das terras. O autor introduziu versos da “Canção do Exílio”, poesia de Gonçalves Dias)

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,

(Lábaro: pendão, bandeira, estandarte // Ostentas: exibes com pompa. Explicação: Na ordem direta: “Brasil, o lábaro estrelado que tu ostentas seja símbolo de amor eterno”. O trecho se refere à bandeira nacional estrelada, desejando que ela represente, para sempre, o amor que os brasileiros nutrem por sua pátria)

E diga o verde louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado.

(Verde louro: verde e amarelo // Flâmula: bandeira. Explicação: O verde e o amarelo da bandeira simbolizam as grandes conquistas, que são fruto das lutas e das revoluções do passado)

Mas, se ergues da Justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme quem te adora a própria morte.

(Clava: pau grosso, usado como arma // Teme: sente medo. Explicação: Não fique imaginando que os homens da Justiça vão sair distribuindo pauladas. Isso é tudo no sentido figurado. A expressão “clava forte da Justiça” significa a força que tem a Justiça para que os direitos do povo sejam respeitados. Se essa arma se levanta, exigindo uma atitude, o Brasil verá que nenhum de seus filhos deixa de lutar, nem tem medo de morrer pela Pátria)

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

Fonte: Jornal Globinho de 29 de Agosto de 2009.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Os Sentimentos são Cores

A cor

Se, numa bela manhã, alguém
chega e diz:
-Parece que hoje você viu passarinho VERDE...
...com toda certeza a sua vida
está deixando de ser CINZA...
...e se tornando cada vez mais ROSA.

Pode acontecer também que
uma pessoa pergunte:
-Tudo AZUL?
E as coisas não estejam tão bem assim.

É que nesse dia você estudou
muito, sabia a matéria de cor e
salteado, mas, na hora da
prova...pronto: deu aquele BRANCO.

Ou então você quis levar
um papo com a menina
mais gata da escola e,
quando chegou perto
dela, cadê assunto? Aí,
você ficou ROXO de raiva!
E depois VERMELHO
de vergonha.
Ou, como dizia sua bisavó:
VERMELHO de embaraço.

Então você foi saindo
De fininho,
Com um sorriso AMARELO
E acabou descobrindo
uma coisa muito interessante:

OS SENTIMENTOS SÃO CORES.

(Angela Leite de Souza)